Nos últimos dias tenho lido dezenas de manifestações
no Facebook a respeito do tema “pagar ou não pagar para publicar um livro”.
Pois bem, decidi falar sobre meu ponto de vista a
respeito do assunto aqui no blog. Para tanto, vou contar as experiências que
tive ao longo da minha carreira como escritora.
Em meados de 2010, quando passei a usar a internet
definitivamente (antes disso não havia rede no distrito onde moro), descobri
que era possível publicar um livro sem sair de casa. Ohhh!!! Eu, que escrevo
desde os meus 12 anos, fui invadida pelo sentimento mais maluco de todos os
tempos. Eu estava decidida, teria meu livro em mãos. A partir daí, comecei a
pesquisar “editoras” para o livro (hoje sei que eu não estava procurando editora e sim prestadora de serviços, o que é bem diferente). Cheguei a uma “editora”
chamada Ponto da Cultura (só estou dando nome aos bois porque a empresa já não
existe mais. Por que será, não?). As negociações foram feitas rapidamente. Eu
estava exultante porque finalmente realizaria um sonho. Paguei caro pela
remessa (que graças a Deus era de apenas 10 exemplares) e esperei ansiosa pelo
grande dia. Resultado: a capa era horrorosa, o livro obviamente não foi
revisado e, para finalizar, quando abri o livro as folhas literalmente voaram
na minha cara. TODOS os livros estavam com as folhas soltas. Eu nunca cheguei a
trabalhar com o bendito livro e sequer guardei um exemplar porque não queria
relembrar tamanho desapontamento.
Depois dessa primeira experiência desastrosa, eu
tinha dois caminhos: Desistir ou levantar, sacudir a poeira e dar a volta por
cima.
Escolhi a segunda opção.
Abri meus olhos para a realidade, entendi que o
mercado editorial não era uma brincadeira de criança. Se quisesse entrar nele, teria
que estar preparada.
Continuei pesquisando e descobri outras plataformas (Bookess, Clube de Autores e PerSe) onde poderia vender meus livros sem necessariamente precisar comprar uma
tiragem inicial. Foi meu primeiro passo firme em direção ao
meu objetivo.
Na PerSe publiquei A Hora da Verdade e comecei a
vender exemplares físicos direto da plataforma para o cliente. Lá o livro ficou em segundo lugar num
concurso de melhor capa.
Depois disso, um pouquinho mais conhecida da galera,
fui contratada pelo Modo Editora para publicar o mesmo livro. Desta vez sim, com capa e revisão profissionais e todo cuidado que o livro merecia. Não
precisei pagar para publicar com eles, mas isso não significou que eu não
precisei batalhar e correr atrás tanto quanto um autor que se autopublicou. O
livro só era vendido no site da editora e na Cultura. Portanto, comprei minha própria
remessa de livros, divulguei meus trabalhos, estive em feiras de livros,
palestrando em escolas... Não havia um marketing eficiente nessa editora, mas
eu fiz a minha parte, dei o máximo de mim.
Ouvi críticas de blogueiros? Sim! Muita! Isso me
ensinou demais e me fez crescer, aprender, evoluir como escritora. Baseada nas
críticas, reescrevi A Hora da Verdade e fiz uma segunda edição do livro.
Um tempo depois fui agenciada por uma das figuras mais
importantes do meio editorial no Brasil. O mesmo cara que foi editor de grandes nomes
como Nicholas Sparks, Emily Giffin, John Grogan... Por intermédio dele entrei
para a Giz Editorial, onde publiquei meu primeiro romance cristão chamado O
Plano é o Amor. Não precisei pagar um único centavo e a tiragem foi
relativamente grande para uma escritora desconhecida. Finalmente realizei o
sonho de ver um livro meu nas livrarias.
Recentemente tive um novo projeto aprovado que sairá
por uma editora maravilhosa e com a qual eu sonhei muitooo um dia, mas achava
impossível entrar. Também não precisarei pagar.
Hoje, posso dizer que sou escritora independente.
Por que? Porque publico com editoras e também “indie”. Meu livro mais recente,
Um Novo Amanhã, foi publicado na Amazon. A Hora da Verdade também está lá.
Meu
agente é meu guia, meu conselheiro, um amigo que eu recorro sempre que tenho
alguma dúvida, um verdadeiro presente de Deus. Então, já posso dormir de pés
espalhados? Que nada, eu estou apenas começando e continuo correndo atrás dos
meus sonhos...
Contei tudo isso para chegar a uma conclusão.
Se o autor pagou para publicar seu livro, parabéns, você foi ousado e acreditou
nos seus sonhos. Não tem nada, absolutamente nada que o desmereça por isso.
*Algumas prestadoras de serviço são picaretas sim e
o escritor precisa ficar atento a isso. Portanto, pesquise bastante, converse
com outros escritores antes de investir seu dinheiro.
Já quem não precisou pagar para publicar seu livro,
parabéns também. Nós tivemos uma oportunidade que poucos têm.
*Algumas editoras não cobram para publicar, mas
também não movem um dedo na pós-publicação.
Enfim, eu tenho experiência em ambos os lados e na minha
opinião o que importa realmente é o conteúdo. Se o livro de determinado autor é
bom e ele se empenhou em entregar ao seu leitor uma obra de qualidade, não
importa se ele pagou ou não pagou.
E para finalizar, deixo uma dica para quem está começando
agora. Não tenha ilusão de que com um estalar de dedos você estará no topo. É
necessário começar do primeiro degrau, conquistar um público, ter uma bagagem
para apresentar a uma média ou grande editora quando você chegar lá.
Quando entrei para a Giz, houve quem me desmerecesse
pelo fato de eu ter entrado por intermédio de um agente literário. Ou seja,
sempre vai ter alguém pra te criticar por esse ou por aquele motivo, mas
persista e não pare diante das adversidades.
Grande beijo e sucesso a todos!
Ler esse post me inspira, Neivinha... Tenho um sonho guardadinho, quem sabe uma hora ele ganha vida nos papéis! E... Continue! Por favor... Não sei mais viver sem seus personagens kkk ;) Beijinhos!
ResponderExcluirHum fiquei curiosa agora, Ina :D
ExcluirMuito obrigada pelo carinho, flor. Isso não tem preço!!!
Bjs
Adorei o post, e me fez mais ainda correr atrás deste sonho, que sequer imaginei realizá-lo. Hoje depois de escrever meu primeiro livro eu conheci o que acontece por detrás de um livro. O quanto se paga, o transtorno que se tem. E quando alguém fala o preço final do livro e acha caro fico triste, pois não tem ideia do que se passa. Eu penso que não se ganha dinheiro com venda de livro, mas pra mim o que mais importa é a satisfação de vê-lo as pessoas lerem e fazer a diferença na vida delas de alguma forma. Assim como formam seus livros para mim.
ResponderExcluirMas realmente é triste como os autores de livros são tratados.
Bjs adorei seu blog.
Nós, escritores brasileiros, somos verdadeiros heróis e heroínas, Itamara rsrs Se não amássemos tanto o que fazemos já teríamos desistido. Mas, não tem jeito, quando se faz aquilo que se ama, o resto flui <3
ExcluirBoa sorte na sua nova jornada, querida, e obrigada pelo carinho. Bjs.
" A hora da verdade" Título forte. Gostei.
ResponderExcluirObrigada :D
ExcluirEssa é minha graaaaande dúvida: pagar ou não pagar? Nunca tive disposição para pagar uma editora, embora saiba que a consagrada Raquel de Queirós pagou a primeira edição de O QUINZE. Pagar ou não pagar, eis a questão.
ResponderExcluirOi Cláudio. Pois é, é uma questão que deve ser muito bem pensada pelo escritor antes de dar o primeiro passo. Mas, acho que conforme vamos seguindo, novos caminhos vão se apresentando. Um tijolinho por vez e quando nos dermos conta nossa "casa" estará prontinha, do jeitinho que sonhamos.
ExcluirAbraços e sucesso!
Ainda não li nenhum livro seu 😞 . Tomara que em algum dia eu tenha essa chance de ler um de seus livros. Estou muito interessada, chamaram muito minha atenção e curiosidade..
ResponderExcluirSerá um prazer imenso saber sua opinião sobre minhas obras, Kassiane.
ExcluirMuito obrigada pelo carinho <3
Eu precisava conhecer alguém assim...um agente. Mas, enfim rsrsrsr
ResponderExcluirNeiva, adorei conhecer mais da sua história de luta. Parabéns por sempre seguir adiante. Beijos
Nada é impossível, amiga, olha o meu caso! Obrigada pelo carinho e desejo todo o sucesso do mundo pra você ;) Beijão!
ExcluirOlá, Neiva, como você está contente pelo contrato com a editora devo lhe parabenizar e lhe desejar muitas outras felicidades destas. bjuuu
ResponderExcluirMuito obrigadaaa, Luna. Desejo tudo em dobro pra você e um mundo com mais pessoas assim ;) Grande beijo!
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